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Sensibilização ao linfoma é tema da campanha Agosto Verde Claro

Sensibilização ao linfoma é tema da campanha Agosto Verde Claro

O linfoma é um tipo de câncer que afeta os linfócitos, células fundamentais para a defesa do organismo contra infecções. Esse câncer geralmente se desenvolve nos linfonodos, também conhecidos como gânglios linfáticos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu agosto como o mês de conscientização e combate ao linfoma.

Para informar e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce dessa doença, que pode ocorrer em todas as idades, mas é mais comum em pessoas acima de 50 anos, o Ministério da Saúde conversou com o Dr. Ricardo de Sa Bigni, chefe da Seção de Hematologia do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para esclarecer algumas dúvidas.

Quais são os fatores de risco?

Em muitos casos, não é possível identificar fatores de risco ou causas específicas para o desenvolvimento de linfomas. No entanto, a exposição à radiação e a determinados produtos químicos, como benzeno e alguns pesticidas, pode aumentar o risco. Pessoas expostas a esses agentes no ambiente de trabalho devem ser monitoradas, e protocolos de segurança para reduzir essa exposição devem ser seguidos. Indivíduos com o sistema imunológico comprometido, como aqueles infectados pelo vírus Epstein-Barr (EBV) ou pelo HIV, também podem ter um risco maior de desenvolver linfoma.

Quais órgãos são acometidos e quais os sintomas?

Os linfomas geralmente afetam os linfonodos, causando aumento de volume dessas estruturas, popularmente chamadas de “ínguas”. Esses linfonodos aumentados podem ser encontrados em várias partes do corpo, como pescoço, axilas, virilha, abdômen, e podem também causar aumento do baço. Além disso, outros órgãos, como ossos, pulmões, fígado e cérebro, podem ser acometidos.

Quais são os principais tipos de linfoma?

Existem mais de 40 subtipos de linfomas, que são divididos em dois grandes grupos: Linfomas de Hodgkin e Linfomas não-Hodgkin. Entre os Linfomas não-Hodgkin, existem subtipos como Linfomas B, Linfomas T e Linfomas de células NK. Os tipos mais comuns são o Linfoma não-Hodgkin difuso de grandes células B, que representa cerca de 30% dos casos, e o Linfoma Folicular, que representa cerca de 22% dos casos. Outros tipos incluem Linfomas de células do manto e Linfomas de células da zona marginal.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico requer uma biópsia cirúrgica do linfonodo afetado, seguida de um exame histopatológico realizado por um médico anatomopatologista. Para uma classificação precisa do linfoma, é necessário incluir exames imuno-histoquímicos na avaliação.

Como é feito o tratamento?

O tratamento dos linfomas geralmente envolve quimioterapia, que pode ser associada ou não à imunoterapia (anticorpos monoclonais), dependendo do tipo específico de linfoma. A escolha do tratamento mais adequado também leva em consideração as condições físicas do paciente e a presença de comorbidades, como doenças cardiovasculares ou pulmonares, que podem afetar a tolerância ao tratamento oncológico.

Há levantamento de casos no Brasil?

No Brasil, os linfomas são o oitavo tipo de câncer mais comum, com uma incidência de cerca de 6 casos por 100 mil habitantes, sendo ligeiramente mais comum em homens do que em mulheres. A taxa de mortalidade por linfoma é de aproximadamente 2 para cada 100 mil pessoas (1,95/100.000 para mulheres e 2,47/100.000 para homens).

Existe prevenção para o linfoma?

Não há uma forma específica de prevenir os linfomas, como ocorre com outros tipos de câncer, como o câncer de pulmão, em que a cessação do tabagismo reduz significativamente os riscos. A melhor estratégia é a detecção precoce, que permite o tratamento em estágios menos avançados da doença. Alguns tipos de linfoma são considerados curáveis com as terapias disponíveis.

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